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Vasculhar Lendas

Juntos vamos mergulhar nas maravilhosas lendas, para já de Portugal, por isso... Era Uma Vez ...

Juntos vamos mergulhar nas maravilhosas lendas, para já de Portugal, por isso... Era Uma Vez ...

Vasculhar Lendas

06
Out23

Lenda da Casa Amarela de Ovar

Bri Atano

Entramos oficialmente no mês onde se faz homenagem aos mortos, muitos chamam de Halloween outros de Noite das Bruxas. Vou tentar então trazer um pouco de lendas assustadoras, começando por esta que acontece na linda cidade de Ovar, que para quem não conhece, é uma cidade portuguesa que se situa no município de Aveiro, sendo a única população que possui este vocábulo em todo Portugal ou até no estrangeiro. 

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A primeira referência, conhecida, a este nome, é feita numa carta de 12 de Junho de 922, de Ordonho II da Galiza e Leão, na qual são doados ao Mosteiro de Crestuma "bens consideráveis, entre os quais se contam a igreja de S. Donato e a igreja de S. João". No documento, este local é referido como porto de obal, nome que faz referência ao então rio Obal (ou Obar), atual rio Cáster.

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(foto por João Elvas)

Agora que ficámos a conhecer melhor esta bela cidade, que com certeza tem mais lendas, vamos falar de uma que a maiorida da população Ovarense ou Vareiros conhecem, vamos mergulhar na lenda da Casa Amarela.

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Era uma vez, numa linda casa amarela, uma família rica que possuía uma filha única que, quando crescesse, seria a herdeira da família, que começou, eventualmente, a namorar com um rapaz pobre. O pai da rapariga era contra o namoro entre os dois e num acto de raiva atirou-os para um poço que se situava no jardim e deixou-os morrer lá. Dias se passaram e o pai foi encontrado enforcado no poço. A partir daí, é dito que as três entidades assombram a casa.

Várias pessoas que lá entraram ficaram amedrontadas: já tentaram demolir a casa ou restaurá-la, mas assim que o tentavam fazer, as máquinas desligavam-se do nada, ouviam-se gritos e via-se sangue a escorrer pelas paredes. Também tentaram colocar vidros nas janelas da casa, mas rapidamente, estes partiam-se misteriosamente. Graças a esses acontecimentos estranhos, os engenheiros não voltaram à casa.

Rumores dizem que houve também uma família de ciganos que decidiu morar na casa amarela, que entretanto fugiu devido às assombrações presentes.

Outra versão desta lenda, é que terá pertencido a um empresário que terá perdido a casa por causa de dívidas e ter-se-á suicidado lá dentro, jurando que “mais ninguém iria ficar com a casa”. O edifício está abandonado há décadas e consta que nem os residentes mais antigos da rua se lembram de a ver habitada por alguém. 

 

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Tentei cruzar informação de novo com pessoas ricas de Ovar, que lá terão habitado, dois nomes reçaltam, 1º e 2º Viscondes de Ovar, mas apenas se sabe que foram soldados um deles liberal, empresários que tiveram a sua morte antes de 1950 e alguns cuja informação não se encontra disponível em lado nenhum, no entanto existe dois que têm a sua morte perto da data, um deles em 1968 e o outro a 1959, invalidando também a morte por enforcamento, e nada mais se encontra datado apartir de 1800, visto que a ordem de construção da casa foi dada em 1952, nunca chegada a ser acabada. Deixando apenas a questão, que família notavél morava em Ovar por essa altura, sem o conhecimento do concelho? Será que a casa não terá sido acabada por falta de acordo ou ilegalidade? 

O que nos resta é apenas uma lenda, que podemos escolher acreditar ou não, mas demasiados relatos sugerem de facto que algo se passa nesta casa, mas a sua história, apenas as paredes o sabem.

02
Dez22

Lenda de São Nicolau

Bri Atano

Como vocês sabem, estamos no mês da festividade que reúne toda a família, seja por crença religiosa ou apenas porque é uma desculpa para nos sentarmos todos à mesa e esquecermos um pouco os problemas. Ainda existem muitos ateus que festejam o Natal, assim como aqueles que não se acreditam no Pai Natal. Eu acredito no Pai Natal, não na versão comercial do velhinho que anda de trenó puxado por renas e desce por chaminés, mas na versão de São Nicolau, alguém que com o pouco que tinha. ajudava os que nada tinham. Vamos então à Lenda de São Nicolau.

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Era uma vez,  um menino de seu nome Nicolau, filho de cristãos abastados, que nascera na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária com muito movimento.

Desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.

Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.

Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.

S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É actualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.

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S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal. Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro).

Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.

Actualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Pai Natal como o espírito da bondade, da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.

Festas Felizes!

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29
Nov22

Lenda da Sopa da Pedra

Bri Atano

Apresento hoje uma lenda, que a maioria de vocês deve já ter ouvido falar dela. Viajemos então para Almeirim e vamos preparar uma sopa deliciosa.

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Era uma vez, na bela vila de Almeirim, um certo frade que andava em peregrinação. Esfomeado, resolveu bater à porta da casa de uns aldeões. Este frade era demasiado orgulhoso para pedir uma refeição, então pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para preparar uma sopa deliciosa só com uma simples pedra. 

Os moradores, a tentarem perceber como isso seria possível, acederam ao pedido do frade. Este, apanhou uma pedra do chão, sacudiu-a e entrou na casa.

O frade colocou a panela ao lume só com a pedra e um pouco de água. Questionado pela dona da casa sobre se não precisaria de mais alguma coisa, respondeu que era preciso temperar a sopa. A mulher deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que para ficar melhor, devia levar um fiozinho de azeite. Depois pediu um pouco de toucinho, batatas, feijão, carne, enchidos, uns temperos… E por aí fora, até a panela estar cheia de coisas boas e a sopa cheirar cada vez melhor.

Quando o frade acabou de a confecionar, comeu-a. No fundo da panela, ficou apenas a pedra. Os aldeões que viram o frade confecionar a sopa perguntaram-lhe por que ficara ali a pedra, o clérigo respondeu prontamente:

“A pedra, agora lavo-a e levo-a comigo para outra vez”.

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E assim nasceu a lenda de uma das mais famosas especialidades de Almeirim, assim como uma deliciosa sopa!

 

28
Nov22

Lenda da Fundação de Lisboa

Bri Atano

Encontrei esta lenda sobre a fundação de Lisboa e achei que deveria de a partilhar. A sua veracidade,depende da forma como a interpretarem, eu gosto de pensar que todas as lendas têm o seu romantismo. Mergulhemos então na lenda da Fundação de Lisboa.

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Era uma vez, há muito tempo atrás, um reino de seu nome Ofiusa, que se localizava num lugar distante, próximo a um grande oceano pouco conhecido. Segundo dizem, Ofiusa significava Terra de Serpentes. Nesse reino existia uma rainha, metade mulher metade serpente, que o governava, tinha um olhar feiticeiro e uma voz meiga, um jeito de menina com poder de sedução, um poder esse incrível. A rainha tinha o hábito de subir ao alto de um monte e gritar ao vento, para depois ouvir sua própria voz no eco:

"Este é o meu reino! Só eu governo aqui, mais ninguém! Nenhum ser humano se atreverá a por aqui os pés: ai de quem ousar, pois, as minhas serpentes, não o deixarão respirar um minuto sequer!"

Ninguém se atrevia a entrar no reino da rainha. Acreditava-se que esta costa era amaldiçoada pelos deuses e também pelos homens. E os poucos que se arriscavam eram seduzidos pela rainha e nunca mais retornavam.

Certo dia, vindo de muito longe, apareceu um herói chamado Ulisses que aportou na terra das serpentes. A rainha imediatamente se apaixonou, e fez de tudo para o impedir de ir embora. Ulisses, fingiu cair nos encantos da rainha, até que seus companheiros descansassem e pudessem novamente zarpar.

Como ficou deslumbrado com as belezas naturais que viu, subiu a um monte, e assim como fazia a rainha das Serpentes, gritou ao vento:

"Aqui edificarei a cidade mais bela do Universo, e dar-lhe-ei o meu próprio nome. Será Ulisséia, capital do Mundo!"

Ulisses, acabou por ir embora, assim que seus barcos estavam abastecidos e os homens descansados. Fugiu da rainha que correu atrás dele desesperada. Dizem que seus braços serpenteando atrás do herói acabaram por formar sete colinas rumando em direcção ao mar. Ulisses foi-se, mas a lenda ficou.

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Esta lenda mítica, surge no livro de Gabriel Pereira de Castro, na sua obra que se viu posteriormente publicada em 1636.

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